
APLICAÇÃO TEÓRICO E PRÁTICA
O modelo de terapia Cognitivo Comportamental é amplamente adotado para tratamentos de depressão, ansiedade, transtorno do pânico, fobia social e esquizofrênia. Os efeitos terapêuticos somados ao tratamento farmacológico propicia resultados eficientes para a melhoria da qualidade de vida do paciente.
A análise do quadro clínico leva em conta as características do paciente e do contexto ambiental, onde ele está inserido. Assim, a topografia comportamental pode ser compreendida a partir de um conjunto de variáveis que exercem controle sobre os esquemas de comportamento operante.
O paciente é convidado a elaborar estratégias juntamente com o terapeuta para enfrentar as situações problema. A percepção do paciente é orientada à compreensão de eventos reais que são, muitas vezes, processados por pensamentos distorcidos, visto que promove sentimentos e emoções negativas que o paciente discorre sobre si mesmo.
A terapia Cognitivo Comportamental é constituida por fundamentos de grande relevância teórica, pois é associado ao campo analítico comportamental e da Gestalt terapia. O ciclo cognição, emoção e comportamento é um dos esquemas identificados pelo terapeuta ao elaborar o tratamento e formas de intervenção.
Os pesquisadores Larry Cahill e James McGaugh, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicaram nos anos 1990 os resultados de estudos em que foram mostradas duas séries de imagens a pessoas. Uma tinha um caráter emocional e a outra era neutra. O grupo teve uma recordação maior das emotivas. Por meio de um tomógrafo, foi observada a relação entre a ativação da amígdala (parte importante do sistema emotivo do cérebro) e o processo de formação da memória. "Quanto mais emoção contenha determinado evento, mais ele será gravado no cérebro", diz Iván Izquierdo, médico, neurologista e coordenador do Centro de Memória da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
As emoções influenciam positiva ou negativamente os processos de aprendizagem, acelerando ou atrasando o desenvolvimento intelectual. Para compreender o funcionamento cognitivo (razão ou inteligência), é preciso entender o aspecto emocional. Os dois processos são uma unidade: o afeto interfere na cognição, e vice-versa. A própria motivação para aprender está associada a uma base afetiva.
Assim, a pessoa é resultado da integração entre afetividade, cognição e movimento. O que é conquistado em um desses conjuntos interfere nos demais. O afetivo, por meio de emoções, sentimentos e paixões, sinaliza como o mundo interno e externo nos afeta. Para Wallon, que estudou a afetividade geneticamente, os acontecimentos à nossa volta estimulam tanto os movimentos do corpo quanto a atividade mental, interferindo no desenvolvimento.
(VER FIGURA 1)
EMOÇÃO E OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

FIGURA 1

